quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Deixa a vida me levar



Deixa a vida me levar
Composição: Serginho Meriti 

Eu já passei
Por quase tudo nessa vida Em matéria de guarida Espero ainda a minha vez Confesso que sou

De origem pobre
Mas meu coração é nobre Foi assim que Deus me fez...

Refrão:
E deixa a vida me levar (Vida leva eu!)
Deixa a vida me levar
(Vida leva eu!)
Deixa a vida me levar
(Vida leva eu!)
Sou feliz e agradeço
Por tudo que Deus me deu...

Só posso levantar
As mãos pro céu
Agradecer e ser fiel
Ao destino que Deus me deu Se não tenho tudo que preciso Com o que tenho, vivo

De mansinho lá vou eu... (Refrão)
Se a coisa não sai
Do jeito que eu quero Também não me desespero O negócio é deixar rolar
E aos trancos e barrancos Lá vou eu!
E sou feliz e agradeço
Por tudo que Deus me deu.



Esta letra tem um sentido profundo se a lermos com os “óculos da religiosidade”. Poderia ser uma canção de devoção, de muita gratidão a Deus, uma mensagem de alguém que não está preocupado em ter sucesso, mas submete-se às escolhas que Deus faz. Disposto a enfrentar todas os percalços que a vida possa preparar. Uma felicidade capaz de suprir todos os anseios, pois reconhece: “Sou feliz e agradeço por tudo que Deus me deu”.
Alguns de nós temos a coragem de contradizer as atitudes e as letras de muitas canções que
ouvimos na grande fábrica comercial da mídia. Seja funk, pagode, samba, rap, rock, jazz, pop etc. Analisamos friamente o sentido das músicas e a vida de quem as interpreta. Fico imaginando com meus botões como seria se, no céu, os anjos tivessem o direito de ouvir o que compomos e ver o que demonstramos em atitudes de vida. Qual seria a avaliação deles?
Vamos tentar: “tudo que tenho, tudo que sou, e o que vier a ser, vem de ti Senhor”; “Aqui diante de Ti, eu tenho tanto para te agradecer”; “ Molda minha vida e transforma o meu ser”; “Quero consagrar o meu lar a ti”; “Por tudo o que tens feito, por tudo o que vais fazer”... Fico imaginando que os anjos, ao lerem nossos versos, sentiriam um desejo enorme de experimentar essa postura sincera, de dependência, de alegria, de gratidão a Deus. Mas ao observar na “TV Celestial” nossos passos, nosso linguajar, nossa postura ética e moral, nossos relacionamentos, eles ficariam enojados e confusos. Por quê? Creio que existam pessoas tementes a Deus o suficiente para desejarem viver o que estão cantando, e suas ações falam mais alto até do que a música. Mas sofremos um risco muito grande de nos tornamos hipócritas.
O Senhor disse: Visto que este povo se aproxima de mim e com a sua boca e com os seus lábios me honra, mas o seu coração está longe de mim” (Isaías 29.13a). Jesus repetiu as mesmas palavras em Mateus 15.8, chamando de hipócritas os que têm essa atitude. Não sei o que isso pode representar para você, mas para mim traz temor em abrir meus lábios para cantar o que não estou vivendo ou não desejo viver. Fico com medo de ser comparado com os artistas da mídia, que falam de Deus com letras tão profundas e sinceras, mas com o coração longe dEle. Se o meu e o seu coração estiverem voltados a viver segundo os princípios da palavra de Deus, nosso lábios produzirão frutos de quem reconhece o senhorio de Cristo. Aí teremos prazer em tentar andar como Ele andou.
Não posso deixar a vida me levar e as coisas acontecerem de qualquer jeito, mas posso dizer que “sou feliz e agradeço por tudo que Deus me deu”. Sou grato a Jesus pela morte na cruz. Sou grato pela graça maravilhosa. Sou grato por aprender a depender dEle. Sou grato por minha família, sou grato pela igreja.
Que sejamos transformados diariamente de glória em glória, honrando a Jesus em tudo. Com muito temor,
Pr. Paulo Davi e Silva
Pastor de Adoração
Primeira Igreja Batista de Curitiba 

2 comentários:

  1. Bom questionamento, pastor. Penso que, não só as pessoas que cantam, mas as que tocam também devam levar uma vida totalmente consagrada. Nunca gostei de pensar em vida espiritual e "normal". Toda a nossa vida deve ser um culto a Deus (I Co 10.31; Rm 12.1-2). Admiro muito seu trabalho, que Deus posso lhe capacitar mais e mais.

    Henrique Prudêncio

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